sábado, 19 de junho de 2010

Poesia de fim

OUTRA FOLHA APARECE
JÁ NÃO CONSIGO ESCREVER
RESMAS BRANCAS DE BRISA
QUE AO IMAGINAR COMEÇO A ENTENDER

SE O QUE ME FALTA É INSPIRAÇÃO
COM A TINTA ME FAÇO RESOLVER
ENTENDO, PARECE QUE ESQUEÇO
ESCREVO, PREFIRO NÃO RETER

Coração carioca


Chegou dizendo que era só um instante
Parou, olhou, voltou...percebeu o momento
sentiu algo tão agradável ao vê-lo...
...ficou
Tudo o que precisava era daquele
sorriso radiante capaz de conquistar os olhares
e daquelas palavras suaves que
acalmavam seus pensamentos
Mas nem só de amor vive uma paixão
Saudade...ainda resta saudade.

Tanto faz

E fazer do mundo uma coisa só
seria, então, arbitrariedade?
Parece que Deus só existe quando nos convém
Isso nos faz repugnantes?

Crer ou não crer,
eis o bordão
E em um segundo
lá se foi a fé!

E de fato sensatez é um hábito
Diz o profeta
Cuidado pra não morrer de sabedoria
Exclama o poeta!

Porque de boa vontade
já está cheio o planeta
então não tenha respeito,
não tenha pudor?

Deve tanto fazer
Deve, tanto, fazer..

Querer querer

E quando acordo pensando em você
Levanto em dia inspirado
Inspiração não falta
O que falta é você

Da imaginação ao entendimento
um segundo se passa.
Da saudade , o desespero
Da inspiração à loucura.

E se fosse o contrário?
E se do Alfa, o ômega?
De nada valeria...
Quando o que vale é o não valer.

Então explica o que acontece
quando se faz na ordem!
Existe erro em
querer não querer?

Também, se soubesses,
não dirias a mim
Talvez se dissesse
fosse mesmo o nosso fim.

Grande ideia

Para ser um gênio
É preciso amar o que se faz.
Para se ter grandes ideias
É preciso acreditar que se é um gênio.

Para amar, não basta ser um gênio
Basta entender que os gênios que
Tiveram as melhores ideias
Amavam alguma coisa,
E essa, sim, é a maior ideia
Que um gênio pode ter.

O que dizer do amor

O que dizer do amor
quando não se sabe amar?
não chamaria de dor
a fome de ser seu ar

E o que dizer do amor
e como o declarar?
Palavra que denota pavor
Vontade que inspira voar

Na esperança do talvez
tudo se resume a ilusão
se parece insensatez
arriscar...eis a questão

Sentir tudo outra vez
será a melhor opção?
...imaginando se será minha vez
Espero que não!



( Ellen Santos e Jhone Carlos)

O Beijo

Porque deveras seria o melhor beijo
aquele que chamamos de primeiro?
Aquele que não foi bom e nem ruim
todavia a bissetriz do romance

Olhos como espelhos a esperar.
Esperar pelo simples fato de esperar
como o dia que espera pelo sol
e se acaba na solidão do escurecer

Como no momento da aurora,
o instante em que a supremacia do espírito
se une a inesperada intrepidez da carne

Inesquecível êxtase angelical
equiparado à inerente força do livre arbítrio,
denota assim:carinho, afeto e amor.

Hoje não quero nada

Hoje eu não quero nada
Eu quero ficar à toa
Ouvindo conversa fiada
Quero viver numa boa


E escrevendo o poema,
falar do confuso
Olhando da janela
dá pra ver o dilema.


Porque falar do contrário
é sempre tão arbitrário.
Vida complicada...
Hoje não quero nada.

Chega a hora

Chega a hora
de abraçar
o tempo que passou.

Mas do que adianta se..
o vento que vem
só traz...

...a dúvida
daquilo que não vivemos?

E perguntas me trazem uma atenção
tão inconstante
tão surreal...

e um entendimento daquilo que
podemos viver...

se na dúvida
nos entregamos
para aquilo
que tanto esperamos

Pra quê esperar do futuro
aquilo que nunca imaginamos?


( Dênis Rubras e Jhone Carlos )

Acaba quando acaba

Passou tão rápido que nem consegui entender
Seu rosto era branco e rosa
Cor das gueixas
Quando saiu, tudo o que deixou
Foi um “eu tentei consertar”
Mas sua voz era doce, mesmo sussurrando
A frieza do jamais.
Então pegue suas coisas
E aperte seus cintos, pois
Tudo tem de acontecer nessa noite
E não se preocupe com o que vão dizer
Tudo o que foi feito ficou marcado
Em nossas mentes e registrado em
Nossos corações, então feche os olhos, princesa
Pois tudo acaba quando tem de acabar.

Drama d'um músico

A pior dor que pode existir
é a de olhar pra um instrumento
e não saber tocar.

Veja por exemplo o piano:
um dia ainda aprenderei piano.
O movimento das mãos...
parece que tomam vida,
que agem por si sós.
Como se os sentimentos
pudessem ser transmitidos e sentidos
nas pontas dos dedos.

Já viu um violão em cima de uma estante
ou mesmo parado, ali, no canto da sala?

É como uma dama que espera pelo beijo
do amado para retomar o ar da vida.
Não faz nenhum sentido.
Um violão largado no canto é só um pedaço
de madeira como uma árvore sem vida.

Madeira que quando cria forma,
nas mãos do construtor,
vira violão, viola, violino,
que nas mãos do músico
se transforma em poesia,
em dor, em amor,

Quando imagina que da madeira seca,
sem vida,
se criaria sentimento
num mundo de surdos e cegos,
que não precisam de olhos nem ouvidos
para viver encanto.

Ah, mas quando ela toca.
Passo todos os dias na janela daquela moça.
Não entendo o porquê da suavidade
Tamanha com que ela sopra aquela flauta.
Sua embocadura é como o momento que antecede o beijo.
O olhar fixo à partitura a faz ter a atenção de um tigre que espera o momento
certo para atacar a presa.

E ela sopra...
Inspira, retoma seu ar...e sopra.
Como eu queria tocá-la...
Ironia da vida, drama dum músico.


(Aline Tortelli e Jhone Carlos)

Um vinho e a solidão


E Para a saúde de meu coração,
Hoje, comprei um bom vinho
E, nesta minha noite de ócio criativo
Eu, que já não tenho muito gosto em sair só
Fico por aqui a pensar em ti
E a perceber que nem o calor do vinho
Resolve a falta que sinto no peito.


Dia a dia, sinto o encontro que se aproxima
Como a onda que chega à praia
E por sua essência e ausência de Ana
Acaba com a breve calmaria
Um instante, a disritmia
Em outro, o sossego
Para um dia a mais, um dia a menos.


Vem dizer pro meu coração
Que o pedaço que você levou
Está em segurança
E que o preço do resgate é um beijo
Nessa boca que um dia me fez chorar.

Você me pergunta o que o amor nos reserva
Digo: não quero pensar.
Olha pro céu e espera
Nossa hora vai chegar.

(Aline Tortelli e Jhone Carlos)

Liberdade


Liberdade...
Liberdade é o que se busca
É por liberdade que lutamos
Por liberdade que pessoas matam e morrem
E a pergunta singela que fica em nossas mentes:
O que fazer no dia em que essa liberdade chegar?
Talvez sair e gritar de felicidade pela conquista
Talvez lembrar daqueles que lutaram por tudo isso.
Ou talvez continuaremos entregando nossas vidas
Nas mãos de outras pessoas, de modo a cada dia
Mais continuarmos condicionados a sentimentos
Prazeres alheios e segundas intenções.
É em nossas mentes que mais somos livres
Então por que sempre escolher as correntes?
Por que dar tanto valor à coisas pequenas
No lugar de nos preocuparmos com o hoje?
Pra que serve liberdade quando
Na verdade tudo o que queremos é continuar
Presos a um passado de dogmas e tradições?
Talvez mais importante do que liberdade
Seria uma nova forma de ver a prisão
Que cada um de nós cria para si mesmo
E se há dúvidas desta afirmação, trata de olhar
Para dentro de ti e faça a velha pergunta:
“Ter razão ou ser feliz?”
Talvez entendas bem o verdadeiro significado
De liberdade.

Grita ao mundo

E grite ao mundo
que o amor existe
e se existe, existe
para ser cantado

E cantando, canto eu
o amor teu,
o que não quero
querendo cantar

Se da vida já
não se tem só um pesar
no que se cria
a natureza do pensar

Porque em vida
jamais se viu
morte tão linda
quanto a dor do amar.

Saber

Quem dera ser um contador de histórias
para contar ao mundo como o vejo.

Quem dera entender a vida
para saber como ela me vê.

Sentado frente a minha indagação
me pergunto o porquê da dúvida
sobre o sentimento que sempre
nos faz querer saber mais.

Fome de saber que muitas vezes
é o motivo pela qual vivemos
a esperar perguntas sem respostas
e no fim nos conformamos.

A pergunta que movimenta o mundo
A questão que Deus nos deixou
a ser respondida ou não:
o por quê das coisas.

Sublime e repugnante sentimento
de dúvida que acaba por corroer
a alma dos sábios e hipócritas
do nascimento até a morte

Se alguém disse:há perguntas sem respostas
não sentiu na pele o peso da angústia
de olhar ao desvario sem resposta.
Quem dera ser a vida...

Um dia, um violão e o pôr do sol;
Encontraremos todas as respostas